Em 2010 país já crescerá a 4%, afirma Delfim Neto
De Toni Sciarreta:
Ex-ministro da Fazenda, o economista Delfim Netto afirma que é "irrelevante" o marco da recessão técnica, configurada pelos dois trimestres seguidos de contração. Para ele, o país sairá com facilidade do atual quadro, que poderia ter sido melhor se o BC tivesse instrumentos para garantir o financiamento às exportações e a rolagem da dívida privada.
FOLHA - Essa discussão sobre a recessão técnica é relevante?
DELFIM NETTO - Essa discussão é completamente irrelevante. Como toda convenção, não significa mais do que isso: duas quedas continuadas e sucessivas do PIB. O importante é que tivemos uma queda generalizada. É uma situação que já passou, mas que foi bastante ruim.
FOLHA - Qual a sua avaliação?
DELFIM - É uma situação um pouco menos ruim do que se supunha. Os pessimistas esperavam 3%, e os otimistas, 1,5%. Acredito que no segundo trimestre tenha recuperado um pouquinho, mas você terá ainda notícias ruins.
FOLHA - Por que todos erraram?
DELFIM - Tudo isso é palpite. Ontem o mercado apostava em [PIB de] menos 3,5%. Leva à conclusão de que o mercado não sabe nada.
FOLHA - Como sairemos da atual recessão?
DELFIM - Vamos supor que não tenhamos crescido no segundo trimestre em relação ao primeiro -que o PIB fique constante; no terceiro trimestre, que cresça 1%, e, no quarto trimestre, mais 1%. Quando chegar ao final do ano, já está com crescimento próximo do positivo. De alguma forma, a política monetária terá algum efeito. Os investimentos do governo também estarão maturando. Quando estivermos nos aproximando do segundo semestre de 2010, vamos estar rodando entre 3,5% a 4%. Não é preciso um esforço gigantesco. Se isso acontecer, a eleição será com o Brasil a 3,8%, 4%, o que não é mau. Estamos fazendo o que pode ser feito no Brasil. Se comparar o esforço brasileiro com o chinês é uma piada. Eles têm muito mais recursos e outra estrutura. Assinante do jornal leia mais em:
Em 2010 país já crescerá a 4%, afirma Delfim
(Opinião do Jorge: Delfim sempre ironizou os pessimistas em relação a economia brasileira. "A melhor coisa que os ”mercadistas” deveriam fazer é ficar quietinhos, pois eles venderam ilusões esses anos todos e nós estamos vendo onde foi parar a economia mundial", afirma o ex ministro em entrevistas recentes, numa referência aos economistas de linha mais conservadora. É fato, a meu ver, que o Brasil saíra da crise mais forte e antes de EUA e Europa. Para isso, é importante garantir que a economia tenha juros mais baixos, de maneira que permita crescimento sustentável e sem os desequilíbrios do passado. Nessa quarta-feira, temos nova reunião do Comitê de Política Monetária do BC, que definirá o patamar da taxa Selic para os próximos 45 dias. Acredito que o Copom irá reduzir a taxa básica de juros em 0,75 pontos. Pela primeira vez na história do nosso país, teremos juros na casa de um dígito.)
Não acredito nessa afirmação!!
ResponderExcluirTendo em vista que nesse ano todos os analistas erraram suas previsões.